A oportunidade pode fazer o ladrão – ou, no caso, o assassino.

Qual o maior limite de velocidade permitida em nosso país? Além do problema sério e imoral dos seres humanos, nossos irmãos, que saem por aí dirigindo depois de beber, sem se preocupar se vão matar ou não seus semelhantes, ainda temos que suportar notícias de atropelamentos em que carros estavam trafegando a mais de 150 km/h, onde a velocidade permitida era bem menor.

Isso se deve ao fato de os carros possuirem a capacidade de atingir velocidades exarcebadas. Apesar de, obviamente, existirem razões (técnicas, economicas e psicológicas, e sabe-se lá quais mais) criadas para explicar o motivo para se construírem carros usuais que podem alcançar velocidades de até 300 km/h, por exemplo, fico imaginando em que lugar as pessoas têm a esperanca de poder atingi-la?

Deveriam ser responsabilizados políticos, fabricantes, publicitários, vendedores, compradores, enfim, todos que colaboram para a bela imagem da máquina de matar em alta velocidade que aprovam, produzem, vendem, compram, na ilusão de que existe o direito de trafegar muito além da velocidade sensata e permitida nas ruas e estradas de nosso País.

Roberto Parentoni

Roberto Parentoni

Dr. Roberto Parentoni é advogado criminalista desde 1991 e fundador do escritório Parentoni Advogados. Pós-graduado pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, é especialista em Direito Criminal e Processual Penal, com atuação destacada na justiça estadual, federal e nos Tribunais Superiores (STJ e STF). Ex-presidente do Instituto Brasileiro do Direito de Defesa (IBRADD) por duas gestões consecutivas, é também professor, autor de livros jurídicos e palestrante, participando de eventos e conferências em todo o Brasil.